"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

domingo, 22 de dezembro de 2024

4ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


4ºlugar: Maria Regina Ferreira.
*Poema: Meu eu, Darwich.
*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
*Pontuação: 328.


Meu eu,Darwich


Sentei sobre a calçada de um céu amplo e azul,

e dos meus olhos não escapou a beleza da Al-Birweh na Palestina.

Sentado ali, olhei para o céu azul!

Oh, quantas estrelas beijam este chão!

Ah, quantas lembranças me vieram de forma poética e sã!

Um mar de luzes nessa terra; quantas noites escrevi nesse luminar, aquecido pelas fogueira.

Um amistoso deserto em rezas, “salats.”

Também senti o vento cheirando a trigo e oliveiras.

O chá fresco servido entre a distância da caneca e o bico da chaleira.

O mato da Palestina, tão verde quanto o verde da natureza renascida!

O sal vindo, soprado pelo vento da noite

O vento parece feliz, vindo e mudando as areias do deserto.

Oh, Allah!

Sobre essa terra, a constelação beijando as almas, eu sinto!

Constelação beijando cada grão, sim, elas beijam!.

Oh, Allah! Eu escrevi poesias.

As escrevi debaixo desse céu azul.

Falei do amor e da saudade.

Falei da família, dos exilados, dos refugiados e dos retornados.

Falei das cinzas em Al-Birweh

E ela tomada pelos tolos,

Pelas mãos que nos açoitam e matam.

Falei de toda a Palestina, do Oriente Médio e da África.

Escrevi sobre tudo,

Da tristeza até a felicidade.

Nas folhas poéticas, sou um pouco de tudo!

Sou poeta palestino, prosador, jornalista, militante e político.

“Lutei pela causa social,” pedindo paz.

Ser poeta é essa pena dourada no que escrevi, vivenciando.

Escrevi à mão, debaixo desse céu amplo. Sentei-me na calçada do meu pensamento, refletindo sobre a consciência do inimigo, mas eles não têm!

Não esperava pela guerra. Enfim, veio.

Não dei partido a ela, mas aqui lutamos para salvar a Palestina. E nesta terra, esvairam-se os mártires.

Agora, sentarei na calçada, sentindo a brisa do vento e olhando para o céu azul, pela glória de todos os aliados que para lá partiram.


E o meu eu, Darwich!

Poeta, palestino da resistência e da paz, deixarei a minha poética como exemplo e a verdade! Quê, não desistimos dessa terra, sob o céu azul e as amplas estrelas do meu país.

Sou poeta de punho

Por uma Palestina livre.


Homenagem ao poeta “Mahmud Darwich”

(Pseudônimo: HayaBohdan)
 

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