"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

domingo, 22 de dezembro de 2024

1ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


1ºlugar: Geraldo Trombin.
*Poema: Opressão: Ô, Pressão!
*Cidade: Americana/SP.
*Pontuação: 365.


OPRESSÃO: Ô, PRESSÃO!

Lavramos muito bem as nossas terras,
plantamos – o pouco que ainda restava –
das nossas sementinhas de fé e esperança,
fertilizando-as com o adubo do amor.

Feito um tanque de guerra ,
munido de bombas ativadas por
cargas explosivas de ódio,
um batalhão de verdadeiros
famélicos sanguessugas,
vocês caíram matando em cima da gente,
passando por cima de tudo
o que a gente tinha de mais sagrado:

os nossos lares (destruídos);
as nossas famílias: mulheres, filhos,
pais, irmãos (todos destruídos);
a nossa plantação de fé e esperança
para o futuro,
o nosso trabalho (destruídos);
a nossa dignidade (destruída).

Opressão: ô, pressão!

Vocês violentaram e massacraram,
sem dó, os nossos sonhos.
E nós, sobreviventes dessa fúria
beligerante pelo poder,
viramos o “bando dos sem-futuro”:
sem-teto, sem-família, sem-justiça,
sem-nome, sem-pão, sem-terra, sem-trabalho.
Viramos do avesso: refugiados de nós mesmos,
artigos de quinta categoria,
em busca de abrigo, de um ombro amigo.

Mesmo correndo risco,
mesmo correndo perigo,
ouçam o que eu digo:
vocês podem até ocuparem e destruírem
as nossas terras, o nosso chão,
mas nunca, jamais vão ocupar e destruir
o nosso coração, a nossa alma!
Porque nós estamos de mãos dadas com Deus,
protegidos pela sua blindada
e inviolável redoma do Amor!

E digo mais!
Basta dessa guerra psicológica!
Chega dessa guerra de nervos!
Parem já com essa guerra de interesses!

Porque guerra não convém
e não faz bem a ninguém.
Porque, quem entra em uma guerra,
só se ferra.
Porque, se ainda estivesse vivo,
o poeta palestino Mahmud Darwich,
com certeza concordaria comigo,
e, no fim, também encerraria este poema assim:

– Na guerra, até mesmo quem ganha,
sempre sai perdendo!
Porque, na guerra, mal a vida
vai chegando à linha de frente,
já vai, a vida, morrendo.

(Pseudônimo: ALCI)
 

2ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


2ºlugar: Adilson Monteiro da Costa.
*Poema: Tributo ao poeta Mahmoud Darwish.
*Cidade: São Lourenço da Mata/PE.
*Pontuação: 339.

Tributo ao poeta Mahmoud Darwish

Às vezes,
a pena que rabisca nossa história
precisa se reinventar,
na metamorfose do pincel
que teima colorir o infinito caleidoscópio
de todos os sonhos impossíveis...

A partir daí,
o poeta se desnuda
na doce loucura
do seu universo de quimeras,
em meio às praças,
teatros e mesquitas,
por tantas vezes surdo
às carnificinas dos fuzis,
canhões e das genocidas ogivas...

Quanto ao primeiro filho,
mesmo fechando os olhos às suas asas,
ainda hoje o conduz aos mais longínquos
recantos do planeta,
do Egito à União Soviética,
passando pela França,
Marrocos e Países Baixos...

E o Pássaro sem Asas
ganha outros irmãos,
como o Mural, Estado de Sítio,
Da Presença e da Ausência,
dentre outros...

Enquanto isso,
sua pena também singra,
com igual desenvoltura,
nas ondas turbulentas da política
e das causas sociais,
quando o poeta,
mesmo perseguido pelo sistema,
nunca deixou de sonhar com um mundo melhor.

Mahmoud Darwish,
conseguiste mostrar-nos que,
mesmo com toda a opressão sofrida,
tua pátria manchada do maldito sangue
dos mais irracionais extermínios,
a tua poesia ainda ecoa estridente em nossos corações!

 (Pseudônimo: PACIFISTA DAS ESTRELAS)
 

3ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


3ºlugar: Elvira Glória Drummond Miranda.
*Poema: Ausências...
*Cidade: Fortaleza/CE.
*Pontuação: 334.


AUSÊNCIAS…

(Em homenagem ao poeta Mahmud Darwich)


É no silêncio que ouço o violino

que acalentava as tardes de verão…

se a mão do tempo escreve meu destino,

eu sopro o sonho com sofreguidão.


É no silêncio que, hoje, aquele sino

bate em meu peito à moda carrilhão,

dobrando a dor aguda… aqui declino

e, temerosa, vou na contramão.


Sinto a presença vil de mil ausências,

vazios cheios de amplas reticências…

(roubaram-me o passado de cetim!)


Da terra em que vivi, do antigo lar,

restou só o prazer de recordar:

o mundo que habitei habita em mim!


(Pseudônimo: Rosália)
 

4ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


4ºlugar: Mara Regina Ferreira.
*Poema: Meu eu, Darwich.
*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
*Pontuação: 328.


Meu eu,Darwich


Sentei sobre a calçada de um céu amplo e azul,

e dos meus olhos não escapou a beleza da Al-Birweh na Palestina.

Sentado ali, olhei para o céu azul!

Oh, quantas estrelas beijam este chão!

Ah, quantas lembranças me vieram de forma poética e sã!

Um mar de luzes nessa terra; quantas noites escrevi nesse luminar, aquecido pelas fogueira.

Um amistoso deserto em rezas, “salats.”

Também senti o vento cheirando a trigo e oliveiras.

O chá fresco servido entre a distância da caneca e o bico da chaleira.

O mato da Palestina, tão verde quanto o verde da natureza renascida!

O sal vindo, soprado pelo vento da noite

O vento parece feliz, vindo e mudando as areias do deserto.

Oh, Allah!

Sobre essa terra, a constelação beijando as almas, eu sinto!

Constelação beijando cada grão, sim, elas beijam!.

Oh, Allah! Eu escrevi poesias.

As escrevi debaixo desse céu azul.

Falei do amor e da saudade.

Falei da família, dos exilados, dos refugiados e dos retornados.

Falei das cinzas em Al-Birweh

E ela tomada pelos tolos,

Pelas mãos que nos açoitam e matam.

Falei de toda a Palestina, do Oriente Médio e da África.

Escrevi sobre tudo,

Da tristeza até a felicidade.

Nas folhas poéticas, sou um pouco de tudo!

Sou poeta palestino, prosador, jornalista, militante e político.

“Lutei pela causa social,” pedindo paz.

Ser poeta é essa pena dourada no que escrevi, vivenciando.

Escrevi à mão, debaixo desse céu amplo. Sentei-me na calçada do meu pensamento, refletindo sobre a consciência do inimigo, mas eles não têm!

Não esperava pela guerra. Enfim, veio.

Não dei partido a ela, mas aqui lutamos para salvar a Palestina. E nesta terra, esvairam-se os mártires.

Agora, sentarei na calçada, sentindo a brisa do vento e olhando para o céu azul, pela glória de todos os aliados que para lá partiram.


E o meu eu, Darwich!

Poeta, palestino da resistência e da paz, deixarei a minha poética como exemplo e a verdade! Quê, não desistimos dessa terra, sob o céu azul e as amplas estrelas do meu país.

Sou poeta de punho

Por uma Palestina livre.


Homenagem ao poeta “Mahmud Darwich”

(Pseudônimo: HayaBohdan)
 

sábado, 21 de dezembro de 2024

5ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


5ºlugar: Paulo João Bico Gomes.

*Poema: O transcendental poeta do século vinte.

*País: Guiné-Bissau. 

*Pontuação: 314.


O transcendental poeta do século vinte

 

Na sua alma carregava o ser mundial

Humilde que serve da sua escrita

Se vivia entre o sofrimento do povo

E a dor de viver o amanhã melhor

 A sua simplicidade, ultrapassa qualquer escrita

 

Mahmud Darwich

Mesmo longe, ainda vive entre o ontem e o hoje

A sua palavra, ontem não valia

Hoje, é o tema de toda cúpula

Como se a culpa é o remédio

Dos amplos consensos

Nos seus incansáveis conselhos

Residem o poder da sua fala

Djidiu das letras!

 

Não é médico

Mas a sua palavra cura

Não é professor

Mas a sua palavra educa

Djidiu das letras!

 

O mundo chora debaixo das suas lágrimas

Afiando pontas nos cílios secos por diálogo

Sob custo zero da alma forçada por alongar

As pernas em busca do novo rumo

Djidiu das letras!

 

Quero gritar e fazer sentir-me

A sua voz a bordo do século vinte um

Nos escombros

A procura dos seus ombros

Mahmud Darwich!

 

O retrato do que espelha

O seu espelho

É a palavra imortal

Dum povo ofertado a esmola

Como se as nossas camisolas

Já não têm golas

Mahmud Darwich!

 

Devo me murmurar

Para não ser ouvido?

Ou devo me emprestar o seu espírito

Para fazer de si uma incansável

Canção da qual as letras

Será uma música com melodia

Das almas perdidas?

 

O poeta transcendental

Nas fronteiras da fala

Ouvi os gritos das suas letras

Bebi das suas lágrimas

Apodrece-me em mesquinhos

Pois, a sua voz, já não me soa no ouvido

 

Meu eterno escritor!

Meu eterno escritor!

 

Chorei! Chorei! Chorei!

Porque os meus olhos não queriam chorar

O meu corpo não ficaria no chão

As minhas mãos não estariam estendidas

Esperando a quem me limparia

A dor de ser este escritor

 

Abalando o mundo

Com esta palavra linda

Mas linda se chama à paz

A paz na alma

A paz no interior

A paz entre povo

A paz entre irmãos

A paz! A paz! A paz!

 

Para que a vida continua saborear da sua sombra

 

(Pseudônimo : Negro Valente)

6ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


6ºlugar: Plinio Marcos Basílio.
*Poema: Quatro tempos.
*Cidade: São Paulo/SP.
*Pontuação: 303.

Quatro tempos

Nessa terra já teve fartura!
Sobrava de tudo um pouco,
alegria e bravura.
Na terra de todas as prateleiras,
começou a faltar o amor...
E, então veio um tempo louco,
aprisionando e causando dor.

Quatro tempos destemperados
insossos lutam para se sobreporem.
Pelejas furiosas,
de tempos em tempos muitos gritos,
Cresceu a animosidade,
aumentando os atritos.
E como consequência,
deu-se o esperado, amém.

As cartas da cigana estavam certas!
Quando semelhantes batalham,
nada sobrevive ao embate!
Chuvas intensas e múltiplas tempestades ofertando
sol abrasador, queimando a pele das ovelhas na fila do abate.
Frio sem precedente,
derrubando gente no poço fundo.

Fome sem fim!
É o início do fim, do mundo...
Cada qual com suas propriedades,
deixaram marcas irreversíveis.
E ficou das cores, apenas saudades e uma legião de insensíveis
Ficou das cidades, apenas lembranças na crescente insegurança.

A terra angustiada estremeceu,
jogou para o umbigo do universo
todos os horrores plantados no santuário de todas as essências.
A esperança ficou com o poeta com seus e verso
descrevendo o começo de uma nova existência.

Quando os meninos perdidos fizeram uma banda,
cantaram as peripécias das nuvens negras.
Amaram tanto as cinzas que viram em uma propaganda
dos novos comandantes gritando regras.

Empurrando uma natureza descompensada.
Uma pressão insuportável vinda dos quatro cantos
Calava a multidão no próprio medo enjaulada
enquanto as estações se revezavam em diminuir os sentimentos.
 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

7ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE



7ºlugar: Brunno Vianna de Andrade.

*Poema: A estreitura da terra.

*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.

*Pontuação: 280.


A estreitura da terra 

 

A estreitura da terra traduz 

Sem asas de pássaros 

A poesia errante de Darwich

Costura algumas ausências nas outras

Para construir presenças palestinas 

E caber nos passos 

De qualquer pessoa

O espaço, o exílio, a rua 

A saudade, som do vento 

O sal 

Enquanto caem 

Folhas amarelas 

Das oliveiras cotidianas. 


(Pseudônimo: Sasha Ariel)

8ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


8ºlugar: André Luis Soares.
*Poema: Mil faces ocas.
*Cidade: Guarapari/ES.
*Pontuação: 271.

MIL FACES OCAS

A palavra é puro blefe,
propaganda enganosa,
finge ser poesia e prosa
quando sempre é culpa e dolo.

Envolta em voz de veludo,
em tom grave ou agudo
tem alto grau de perigo,
pois que invade os ouvidos
com afago e consolo
para roubar mente e coração.

Quando apartada dos atos
toda palavra é ilusão,
tão insípida e inodora
que parece dar agora
um vazio quase-nada
com aparência de contrato,
em grilhões verde-esperança
adornados de soberba,
para que a razão se perca
entre o sonho e a promessa.

A palavra, então, tem pressa
de envolver mais uma presa
fazendo com que pareça
ser concreto o que é mentira,
ser irmão quem é traíra,
ser bonita a coisa feia,
ter coragem o vil covarde,
estar em tempo o que já é tarde,
ser sagrado o que é profano,
e até sopra um...

“–– Eu te amo”,

quando em verdade...
odeia.

(Pseudônimo: “Fui Ali. Volto já”)
 

9ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE

 



9ºlugar: Edweine Loureiro da Silva.
*Poema: Regresso.
*Cidade: Saitama – Japão.
*Pontuação: 193.

REGRESSO

Faixa
na terra
               o sangue
                               a guerra
Faixas
pacíficas
              rasgadas
pelo chão
                 arrastadas
Fatah
           fatal
mas o poeta se arrisca
e pelas ruas rabisca
versos que o levem
a sua Haifa
                 a sua casa
                               a sua vida
à felicidade esquecida
                    em algum lugar
entre assombros
e escombros

***

 (Pseudônimo: Reinaldo Arenas)

sábado, 14 de dezembro de 2024

10ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


10ºlugar: Roque Aloísio Weschenfelder.
*Poema: Grande Palestino.
*Cidade: Santa Rosa/RS.
*Pontuação: 142.


GRANDE PALESTINO


No paraíso perdido

Cavaleiro das artes

Mahmud Darwich


(Pseudônimo: Resumista)

sábado, 7 de dezembro de 2024

RESULTADO DO XIV CONCURSO POESIARTE




1-Geraldo Trombin.
*Poema: Opressão: Ô, Pressão!
*Cidade: Americana/SP.
*Pontuação: 365.

2-Adilson Monteiro da Costa.
*Poema: Tributo ao poeta Mahmoud Darwish. 
*Cidade: São Lourenço da Mata/PE.
*Pontuação: 339.

3-Elvira Glória Drummond Miranda.
*Poema: Ausências...
*Cidade: Fortaleza/CE.
*Pontuação: 334.

4-Mara Regina Ferreira. 
*Poema: Meu eu, Darwich. 
*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
*Pontuação: 328.

5-Paulo João Bico Gomes.
*Poema: O transcendental poeta do século vinte.
*País: Guiné-Bissau. 
*Pontuação: 314.

6-Plinio Marcos Basílio.
*Poema: Quatro tempos.
*Cidade: São Paulo/SP.
*Pseudônimo: -
*Pontuação: 303.

7-Brunno Vianna de Andrade.
*Poema: A estreitura da terra.
*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
*Pseudônimo: Sasha Ariel. 
*Pontuação: 280.

8-André Luis Soares.
*Poema: Mil faces ocas.
*Cidade: Guarapari/ES.
*Pseudônimo: Fui Ali. Volto Já. 
*Pontuação: 271.

9-Edweine Loureiro da Silva.
*Poema: Regresso.
*Cidade: Saitama - Japão. 
*Pseudônimo: Reinaldo Arenas. 
*Pontuação: 193.

10-Roque Aloísio Weschenfelder.
*Poema: Grande Palestino. 
*Cidade: Santa Rosa/RS.
*Pontuação: 142.


 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

FINALISTAS DO XIV CONCURSO POESIARTE

 



1-Titulo: Grande Palestino.
*Pseudônimo: Resumista. 

2-Titulo: O transcendental poeta do século vinte.
*Pseudônimo: Negro Valente.

3-Titulo: Meu eu, Darwich. 
*Pseudônimo: HayaBohdan.

4-Titulo: Regresso.
*Pseudônimo: Reinaldo Arenas.

5-Titulo: Quatro tempos.
*Pseudônimo: -

6-Titulo: Opressão: Ô, Pressão!
*Pseudônimo: ALCI.

7-Titulo: A estreitura da terra.
*Pseudônimo: Sasha Ariel.

8-Titulo: Ausências...
*Pseudônimo: Rosália. 

9'Titulo: Mil faces ocas.
*Pseudônimo: Fui ali. Volto já. 

10-Titulo: Tributo ao poeta Mahmoud Darwish. 
*Pseudônimo: O Pacifista das Estrelas.