"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

11º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE 2013



*Nome: Lilian Araújo.
*Poesia: O fauno e a dríade.
*Cidade que representa: Anápolis/GO.
*Pseudônimo: Flor de Cerejeira.
*Pontuação: 383 pontos.


-Veja a poesia, que ficou em 11º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:

*"Fazenda" - Tela de Roldão Aires.


O fauno e a dríade

Disse o fauno lentamente
como se quisesse fazer
a dríade finalmente entender,
— Não há mais nada para nós aqui,
se ficarmos iremos morrer!

A pequena fada olhou em despedida
a última árvore que ainda não
havia sido abatida.
Bateu as asas lentamente,
e como se não quisesse mais ver,
deu-lhe as costas de repente.

O fauno, amigo fiel,
quedou-se calado, não sabia o que dizer,
trotou ao lado da desconsolada fada,
vislumbrando o cenário de horror:
tudo sem brilho, sem alegria e sem cor.

Não havia mais estrelas no céu,
não mais brilho do luar,
Tudo agora era triste e cinzento,
morrera a terra, sujou-se a água,
calou-se o vento.

Foi assim que partiram os últimos
seres encantados do planeta
chamado Terra.
Recolheram-se um a um,
fugindo desse mundo de tanta guerra.

Digladiou-se o HOMEM
contra si mesmo tantas vezes.
Atacou a natureza se dó nem piedade,
seus atos foram malignos
e repletos de irresponsabilidade.

Foram os dois últimos a chegar
naquele novo lar,
prantearam todas as perdas,
e desejaram um novo recomeçar.

O mundo que para trás deixaram
já não teria mais o que comemorar.
Seria duro e cruel tentar viver,
depois de a última árvore fenecer.

(Pseudônimo: Flor de Cerejeira)



*Comentário feito pelo jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:


"Muito bem elaborada, a poesia, verso por verso, alude à mitologia grega e traz no debate a questão do desmatamento irresponsável, que é conseqüência da ambição do homem. Tem criatividade, ótimo vocabulário, excelente conotação."


(Fernando Aires - jornalista)



*Comentário feito pelo jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:


"Belíssimo texto que transmite ao leitor um alerta que o fim do mundo acontece todos os dias, com as guerras que só trás horror, a morte ela é a única vencedora e muito mais eminente é o fim do homem que só procura o seu próprio silêncio sem se dar conta ou finge não querer ver o resultado do seu próprio fim."


(Emanuel Carvalho - escritor)




5 comentários:

geraldo trombin disse...

muito legal, Lilly... até parece uma prosa poética... ;)

Anônimo disse...

Uma história triste... um lindo poema prá amenizar...
Parabéns, Lillith!

Bjin,
nédia.

Lilly Araújo disse...

Obrigada ,

Geraldo Trombin, pelo carinho, por ler e comentar!!

Lilly Araújo disse...

Oi Nédia,

Muito obrigada por gostar e comentar. Estou no aguardo da sua ainda mais lá em cima. Rss!

cecilia disse...

O poema é maravilhoso. Apesar de doce, denuncia e provoca a reflexão. Parabéns, Lilly.