*Nome: Flavio Machado.
*Poesia: prosaicos amazônicos.
*Cidade que representa: Cabo Frio/RJ.
*Pseudônimo: Aimberê.
*Pontuação: 400 pontos.
-Veja a poesia, que ficou em 6º lugar no VIIº CONCURSO POESIARTE:
prosaicos amazônicos
No meio da sua
praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura
das nações. Apocalipse 22.2.
sobrevoei a floresta amazônica
fiquei com a falsa impressão de que não havia
desmatamento
tomado pela cegueira
não percebi o quanto era estreita essa
percepção
quase do tamanho da janela do avião
a derrubada era longe daquele caminho
percorrido
entre Manaus e Urucu
dava – se pelas costas
como de hábito agem os covardes
acontecia com as bênçãos dos insanos
representantes do poder
gente que não tem vergonha de aparecer em
público
em solenidades comemorativas
sendo capazes de plantar árvores ao som do hino
nacional
como guardiões das reservas
ambientais
cada árvore derrubada
cada hectare de floresta transformado em
deserto
cada tribo expulsa por grileiros e gado
cada morte repetida de Chico Mendes
registro da total incapacidade de respeito ao
próximo
que país queremos deixar de herança?
o país da mentira e da impunidade?
o que temos feito nos últimos trinta anos
para barrar esse crime anunciado?
remeto os versos prosaicos
como um grito para despertar consciências
e recuperar a dignidade dos povos amazônicos.
(Pseudônimo: Aimberê)
*Comentário do jurado Fernando Aires de São Paulo/SP:
"O trabalho é ótimo e promove
um debate social e político que, a meu ver, possui muito mais a característica
de uma prosa poética, e que nos leva a reflexão do descaso das autoridades,
cuja preocupação que dizem ter com o meio ambiente e os direitos de povos
indígenas chega a ser irrisório."
(Fernando Aires - jornalista)
*Comentário da jurada Cris Dakinis de São Pedro da Aldeia/RJ:
"Criativo, reflexivo e bom vocabulário."
(Cris Dakinis - escritora)
*Comentário do jurado Emanuel Carvalho de Natal/RN:
"O
texto poético tem uma intenção excelente da visão do autor, transmitindo a nós
leitores a devastação e o desmatamento na maior floresta do mundo. Serve para uma reflexão e um alerta para agirmos o quanto mais rápido para não deixar a mesma desaparecer."
(Emanuel Carvalho - escritor)
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