"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

domingo, 5 de outubro de 2025

1°lugar no XVº Concurso Poesiarte


1°lugar: André Luis Soares. 
Poema: O GIGANTE GRANDE OTELO. 
Pseudônimo: Bahia África Brasil. 
Cidade: Guarapari/ES.
Pontuação: 256.

O GIGANTE GRANDE OTELO

Do brilho vindo das telas
ele é o centro, a luz, o foco,
a graça, o riso aberto,
negro talento, maestro,
o pouco englobando o todo...
na comédia de um Brasil
ainda atado a estereótipos,
vícios, arquétipos, correntes,
preconceitos reincidentes
e outros elos a romper.
 
E dança, canta, sapateia,
gargalha da própria sorte. 
Mestre-sala em mil bandeiras,
enredo de todas as horas,    
de Minas Gerais para o mundo
no cinema que nascia,
rompendo portas lacradas,
inaugurando avenidas
para outros que viriam
no rastro de suas vitórias.
 
Um gigante além do corpo,
de dimensões infinitas,
tal um deus que se reinventa
em corda-bamba que estica,
malabarista malandro,
transloucado Macunaíma,
rejeitando a própria sina
e o cruel determinismo
com o brilho próprio dos bravos
que nada os pode vencer.

 

2°lugar no XV° Concurso Poesiarte



2°lugar: Margareth Cardoso. 
Poema: ENVERGADURA. 
Pseudônimo: Pássaro Feliz. 
Cidade: Cachoeiras de Macacu/RJ.
Pontuação: 255 pontos.


ENVERGADURA 
 
Não foram suficientes
Os elogios e reconhecimento
Reconhecimento do talento
 
Faltava respeito ao Homem
Ao Homem Preto
 
Na TV, no Rádio, no Teatro, também de Revista
Amor, técnica, suor, disciplina
 
No descanso sempre tão raro
Com empenho, amor, atitude
Lutou contra ideologia racista
 
Sebastião Bernardes de Souza Prata
Ator, Comediante, Cantor Tenor,
Produtor. Preto Compositor
 
Brasileiro de Uberlândia
Das Minas Gerais
Mineiro forte, hospitaleiro!
 
Piada de Produtor Carioca 
Pela sua estatura física
Brincadeira, Ópera de Giuseppe Verdi
Pelo Maestro Paulista
Pousou lindo em toda pista
 
Sebastião Preto Bernardes
De Souza Prata Preto
Morreu em París
A caminho de um Festival
 
Ressuscita todo dia, toda hora
Grande Otelo
Na vida e na arte
Sempre um Bitelo


 

3°lugar no XV° Concurso Poesiarte


3°lugar: Geraldo Trombin. 
Poema: O PEQUENO GRANDE OTELO: UM BITELO.
Pseudônimo: Ari.Ano66.
Cidade: Americana/SP.
Pontuação: 230 pontos.


 
O PEQUENO GRANDE OTELO: UM BITELO
 
Ele nasceu da cor do betume, do breu,
do piche – viche! preconceito ele sofreu!
Em vez de mágica, teve uma infância trágica:
pai assassinado e mãe alcoólatra, que o deu para adoção!
E, depois, ao juizado, o devolveu, 
mas – nem por isso – arrefeceu.
 
Sebastião, em Uberabinha (atual Uberlândia),
ele nasceu – como todo bom mineiro, 
ainda criança, mostrando a que veio
com a sua insigne e genuína veia artística.
Aos 7 anos, já fazia arte no picadeiro
e declamava poemas pelas ruas
só para levantar algum dinheiro.                                 
Nunca foi ególatra.
 
Ele nasceu Sebastião, cidadão do mundo,
depois virou o Pequeno Otelo.
Sempre amadurecendo, sempre aprendendo:
aprendeu francês, espanhol e inglês.
E foi crescendo, crescendo e crescendo 
– na vida e na arte (fazendo parte do nosso alento 
e do nosso engrandecimento) – até virar o pequeno e grandioso 
Grande Otelo, que o brasileiro e o mundo inteiro já conhecem:
Um metro e meio do mais puro e multifacetado talento. 
 
Foi ator de TV, cinema e teatro, humorista, 
cantor (tinha voz de tenor), compositor, poeta e roteirista.
Trabalhou em rádio e, graças ao seu humor tão fecundo,
virou Seu Eustáquio, virou bordão (“Aqui! Que Queres?”)
na Escolinha do Professor Raimundo. 
 
Sebastião Bernardes de Souza Prata, o pequeno Otelo, 
nasceu para ser grande... e majestoso ele foi:
• um grande ativista na luta contra a discriminação e o racismo.
• o 1º artista negro a entrar pela porta da frente no Teatro Cassino da Urca. 
• o 1º artista negro a obter notoriedade na mídia nacional.
• Macunaíma – um anti-herói preguiçoso, tido como “herói da nessa gente” – considerado o seu papel mais notável.
• um dos maiores atores do mundo na visão do diretor norte-americano Orson Wells.
 
Well, well, well! Very well:
genialidade, representatividade, alegria e humildade geraram 
um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX.
O Brasil reafirma com muita emoção
vertendo do seu coração: Ele nasceu Sebastião, 
e virou Grande Otelo – um bitelo, 
um gigantesco orgulho pra nação.
Do tamanho da sua vocação!