"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

HOMENAGEADOS COM DIPLOMA DA PEACE MISSION E DA POESIARTE

*Uma homenagem ao saudoso mentor 
da PEACE MISSION,  
Wajid Saeed do Paquistão. 

*Edweine Loureiro da Silva
de Saitama - Japão. 

*Kiuder Yero Torres 
de Cuba.


*Paulo João Bico Gomes de 
Guiné-Bissau.

*Osama Khozondar 
de São Paulo/SP.

Dr. Marcelo Reis
de São Paulo/SP.

*Anthony Rasib 
de São Paulo/SP.

*Rodrigo Octavio 
de Cabo Frio/RJ.

*Dareen Tatour 
da Palestina. 

 

domingo, 22 de dezembro de 2024

1ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


1ºlugar: Geraldo Trombin.
*Poema: Opressão: Ô, Pressão!
*Cidade: Americana/SP.
*Pontuação: 365.


OPRESSÃO: Ô, PRESSÃO!

Lavramos muito bem as nossas terras,
plantamos – o pouco que ainda restava –
das nossas sementinhas de fé e esperança,
fertilizando-as com o adubo do amor.

Feito um tanque de guerra ,
munido de bombas ativadas por
cargas explosivas de ódio,
um batalhão de verdadeiros
famélicos sanguessugas,
vocês caíram matando em cima da gente,
passando por cima de tudo
o que a gente tinha de mais sagrado:

os nossos lares (destruídos);
as nossas famílias: mulheres, filhos,
pais, irmãos (todos destruídos);
a nossa plantação de fé e esperança
para o futuro,
o nosso trabalho (destruídos);
a nossa dignidade (destruída).

Opressão: ô, pressão!

Vocês violentaram e massacraram,
sem dó, os nossos sonhos.
E nós, sobreviventes dessa fúria
beligerante pelo poder,
viramos o “bando dos sem-futuro”:
sem-teto, sem-família, sem-justiça,
sem-nome, sem-pão, sem-terra, sem-trabalho.
Viramos do avesso: refugiados de nós mesmos,
artigos de quinta categoria,
em busca de abrigo, de um ombro amigo.

Mesmo correndo risco,
mesmo correndo perigo,
ouçam o que eu digo:
vocês podem até ocuparem e destruírem
as nossas terras, o nosso chão,
mas nunca, jamais vão ocupar e destruir
o nosso coração, a nossa alma!
Porque nós estamos de mãos dadas com Deus,
protegidos pela sua blindada
e inviolável redoma do Amor!

E digo mais!
Basta dessa guerra psicológica!
Chega dessa guerra de nervos!
Parem já com essa guerra de interesses!

Porque guerra não convém
e não faz bem a ninguém.
Porque, quem entra em uma guerra,
só se ferra.
Porque, se ainda estivesse vivo,
o poeta palestino Mahmud Darwich,
com certeza concordaria comigo,
e, no fim, também encerraria este poema assim:

– Na guerra, até mesmo quem ganha,
sempre sai perdendo!
Porque, na guerra, mal a vida
vai chegando à linha de frente,
já vai, a vida, morrendo.

(Pseudônimo: ALCI)
 

2ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


2ºlugar: Adilson Monteiro da Costa.
*Poema: Tributo ao poeta Mahmoud Darwish.
*Cidade: São Lourenço da Mata/PE.
*Pontuação: 339.

Tributo ao poeta Mahmoud Darwish

Às vezes,
a pena que rabisca nossa história
precisa se reinventar,
na metamorfose do pincel
que teima colorir o infinito caleidoscópio
de todos os sonhos impossíveis...

A partir daí,
o poeta se desnuda
na doce loucura
do seu universo de quimeras,
em meio às praças,
teatros e mesquitas,
por tantas vezes surdo
às carnificinas dos fuzis,
canhões e das genocidas ogivas...

Quanto ao primeiro filho,
mesmo fechando os olhos às suas asas,
ainda hoje o conduz aos mais longínquos
recantos do planeta,
do Egito à União Soviética,
passando pela França,
Marrocos e Países Baixos...

E o Pássaro sem Asas
ganha outros irmãos,
como o Mural, Estado de Sítio,
Da Presença e da Ausência,
dentre outros...

Enquanto isso,
sua pena também singra,
com igual desenvoltura,
nas ondas turbulentas da política
e das causas sociais,
quando o poeta,
mesmo perseguido pelo sistema,
nunca deixou de sonhar com um mundo melhor.

Mahmoud Darwish,
conseguiste mostrar-nos que,
mesmo com toda a opressão sofrida,
tua pátria manchada do maldito sangue
dos mais irracionais extermínios,
a tua poesia ainda ecoa estridente em nossos corações!

 (Pseudônimo: PACIFISTA DAS ESTRELAS)
 

3ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


3ºlugar: Elvira Glória Drummond Miranda.
*Poema: Ausências...
*Cidade: Fortaleza/CE.
*Pontuação: 334.


AUSÊNCIAS…

(Em homenagem ao poeta Mahmud Darwich)


É no silêncio que ouço o violino

que acalentava as tardes de verão…

se a mão do tempo escreve meu destino,

eu sopro o sonho com sofreguidão.


É no silêncio que, hoje, aquele sino

bate em meu peito à moda carrilhão,

dobrando a dor aguda… aqui declino

e, temerosa, vou na contramão.


Sinto a presença vil de mil ausências,

vazios cheios de amplas reticências…

(roubaram-me o passado de cetim!)


Da terra em que vivi, do antigo lar,

restou só o prazer de recordar:

o mundo que habitei habita em mim!


(Pseudônimo: Rosália)
 

4ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


4ºlugar: Mara Regina Ferreira.
*Poema: Meu eu, Darwich.
*Cidade: Rio de Janeiro/RJ.
*Pontuação: 328.


Meu eu,Darwich


Sentei sobre a calçada de um céu amplo e azul,

e dos meus olhos não escapou a beleza da Al-Birweh na Palestina.

Sentado ali, olhei para o céu azul!

Oh, quantas estrelas beijam este chão!

Ah, quantas lembranças me vieram de forma poética e sã!

Um mar de luzes nessa terra; quantas noites escrevi nesse luminar, aquecido pelas fogueira.

Um amistoso deserto em rezas, “salats.”

Também senti o vento cheirando a trigo e oliveiras.

O chá fresco servido entre a distância da caneca e o bico da chaleira.

O mato da Palestina, tão verde quanto o verde da natureza renascida!

O sal vindo, soprado pelo vento da noite

O vento parece feliz, vindo e mudando as areias do deserto.

Oh, Allah!

Sobre essa terra, a constelação beijando as almas, eu sinto!

Constelação beijando cada grão, sim, elas beijam!.

Oh, Allah! Eu escrevi poesias.

As escrevi debaixo desse céu azul.

Falei do amor e da saudade.

Falei da família, dos exilados, dos refugiados e dos retornados.

Falei das cinzas em Al-Birweh

E ela tomada pelos tolos,

Pelas mãos que nos açoitam e matam.

Falei de toda a Palestina, do Oriente Médio e da África.

Escrevi sobre tudo,

Da tristeza até a felicidade.

Nas folhas poéticas, sou um pouco de tudo!

Sou poeta palestino, prosador, jornalista, militante e político.

“Lutei pela causa social,” pedindo paz.

Ser poeta é essa pena dourada no que escrevi, vivenciando.

Escrevi à mão, debaixo desse céu amplo. Sentei-me na calçada do meu pensamento, refletindo sobre a consciência do inimigo, mas eles não têm!

Não esperava pela guerra. Enfim, veio.

Não dei partido a ela, mas aqui lutamos para salvar a Palestina. E nesta terra, esvairam-se os mártires.

Agora, sentarei na calçada, sentindo a brisa do vento e olhando para o céu azul, pela glória de todos os aliados que para lá partiram.


E o meu eu, Darwich!

Poeta, palestino da resistência e da paz, deixarei a minha poética como exemplo e a verdade! Quê, não desistimos dessa terra, sob o céu azul e as amplas estrelas do meu país.

Sou poeta de punho

Por uma Palestina livre.


Homenagem ao poeta “Mahmud Darwich”

(Pseudônimo: HayaBohdan)
 

sábado, 21 de dezembro de 2024

5ºlugar no XIV CONCURSO POESIARTE


5ºlugar: Paulo João Bico Gomes.

*Poema: O transcendental poeta do século vinte.

*País: Guiné-Bissau. 

*Pontuação: 314.


O transcendental poeta do século vinte

 

Na sua alma carregava o ser mundial

Humilde que serve da sua escrita

Se vivia entre o sofrimento do povo

E a dor de viver o amanhã melhor

 A sua simplicidade, ultrapassa qualquer escrita

 

Mahmud Darwich

Mesmo longe, ainda vive entre o ontem e o hoje

A sua palavra, ontem não valia

Hoje, é o tema de toda cúpula

Como se a culpa é o remédio

Dos amplos consensos

Nos seus incansáveis conselhos

Residem o poder da sua fala

Djidiu das letras!

 

Não é médico

Mas a sua palavra cura

Não é professor

Mas a sua palavra educa

Djidiu das letras!

 

O mundo chora debaixo das suas lágrimas

Afiando pontas nos cílios secos por diálogo

Sob custo zero da alma forçada por alongar

As pernas em busca do novo rumo

Djidiu das letras!

 

Quero gritar e fazer sentir-me

A sua voz a bordo do século vinte um

Nos escombros

A procura dos seus ombros

Mahmud Darwich!

 

O retrato do que espelha

O seu espelho

É a palavra imortal

Dum povo ofertado a esmola

Como se as nossas camisolas

Já não têm golas

Mahmud Darwich!

 

Devo me murmurar

Para não ser ouvido?

Ou devo me emprestar o seu espírito

Para fazer de si uma incansável

Canção da qual as letras

Será uma música com melodia

Das almas perdidas?

 

O poeta transcendental

Nas fronteiras da fala

Ouvi os gritos das suas letras

Bebi das suas lágrimas

Apodrece-me em mesquinhos

Pois, a sua voz, já não me soa no ouvido

 

Meu eterno escritor!

Meu eterno escritor!

 

Chorei! Chorei! Chorei!

Porque os meus olhos não queriam chorar

O meu corpo não ficaria no chão

As minhas mãos não estariam estendidas

Esperando a quem me limparia

A dor de ser este escritor

 

Abalando o mundo

Com esta palavra linda

Mas linda se chama à paz

A paz na alma

A paz no interior

A paz entre povo

A paz entre irmãos

A paz! A paz! A paz!

 

Para que a vida continua saborear da sua sombra

 

(Pseudônimo : Negro Valente)