"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

7°lugar no V° Concurso POESIARTE




- 7°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Maria Apparecida S. Coquemala.
- Natural de Itararé/SP.
- Cidade em que representa: Itararé/SP.
- Pseudônimo: Platônica.
-Poema: A busca do sentido.
-Atividades: Professora e poetisa.
-E-mail: maria-13@uol.com.br




- 7°lugar com poema:





A busca do Sentido
                                                                   
E saí a procurar o sentido da vida-
fonte primordial da inquietude humana-
 nas mais longínquas plagas do Universo.

            Ansiava pela verdade inteira, imutável,
            não aquela verdade de ontem
            logo desmentida no alvorecer do amanhã.
E o procurei nos campos, nas cidades,
observando homens, mulheres e crianças,
busquei-o nos templos, livros sagrados, rituais,
na Ciência, na Filosofia, nas Artes...
                        Sem encontrá-lo.
            O tempo foi passando, quase perdida a esperança,
            fui além do humano, dos olhos do Hubble me apossei.
            E entre nebulosas e galáxias distantes,
            mergulhando nas entranhas do mundo sideral,
            cheguei à explosão do Big Bang,
            que  me abriria o caminho ao sentido inicial.
                        Não o encontrei
Era preciso então buscá-lo no universo quântico,
entre as mínimas partículas subatômicas:
talvez lá estivesse ele.
Mas, o sentido tal como eu queria,
                         não estava lá.
            Para  encontrá-lo, era preciso mais,
            mais que um olhar devassador sobre os astros do céu,
            mais que um mergulho no coração da matéria.
            Era outro o caminho, era preciso
            chegar ao íntimo da humanidade..   
E mergulhei na psique de homens e mulheres,
chegando ao inconsciente humano,
mundo de angústia, sofrimento e dor.
Faltam-me palavras para descrevê-lo,
de tal modo  me tomei de compaixão pela humanidade
em sua longa e penosa  caminhada rumo...
a quê? Ao nada?
Que grande segredo guardaria só para si o Criador?
            Crescia a minha angústia,
            tornava-se premente encontrá-lo,
            ainda que ignotos fossem os caminhos.
Servi-me então da lucidez de Nietzsche,
do super-homem me apropriei.
E vi a meus pés, a humanidade,
frágil, subjugada, acima de tudo cega
ao que tão claramente me parecia ver agora.
Enfim, o poderia encontrar como o queria,
Mas, um filósofo grego surgiu em meu caminho,
cobrindo-o de sombras.
            E de repente me vi numa caverna escura,
            enquanto lá fora o sol tudo dourava.
            Era lá que estava ele, fora da caverna,
            mas o brilho do sol me ofuscava o olhar.
            Podia vê-lo, porém multifacetado.
            Como possuí-lo como eu o desejava?
Mergulhara na mais profunda tristeza,
quando um jovem poeta, compassivo,
sentou-se a meu lado e falou-me brandamente,
- Inútil a tua procura, a vida não tem sentido.

            O tempo passou, fui interpretando melhor
            aquela imagem multifacetada,  exposta ao sol dourado:
            a vida pode não ter sentido, como queria o poeta:
            entre as dores do caminho, perdem-no os desiludidos.
            Ou ter sentido, sim, múltiplos sentidos,
            construídos pelo próprio homem.

Pseudônimo: Platônica.



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