- 7°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Maria Apparecida S. Coquemala.
- Nome: Maria Apparecida S. Coquemala.
- Natural de Itararé/SP.
- Cidade em que representa: Itararé/SP.
- Cidade em que representa: Itararé/SP.
- Pseudônimo: Platônica.
-Poema: A busca do sentido.
-Atividades: Professora e poetisa.
-E-mail: maria-13@uol.com.br
-Poema: A busca do sentido.
-Atividades: Professora e poetisa.
-E-mail: maria-13@uol.com.br
A busca do Sentido
E saí a procurar o sentido da vida-
fonte primordial da inquietude humana-
nas mais longínquas plagas do Universo.
Ansiava pela verdade inteira, imutável,
não aquela verdade de ontem
logo desmentida no alvorecer do amanhã.
E o procurei nos campos, nas cidades,
observando homens, mulheres e crianças,
busquei-o nos templos, livros sagrados, rituais,
na Ciência, na Filosofia, nas Artes...
Sem encontrá-lo.
O tempo foi passando, quase perdida a esperança,
fui além do humano, dos olhos do Hubble me apossei.
E entre nebulosas e galáxias distantes,
mergulhando nas entranhas do mundo sideral,
cheguei à explosão do Big Bang,
que me abriria o caminho ao sentido inicial.
Não o encontrei
Era preciso então buscá-lo no universo quântico,
entre as mínimas partículas subatômicas:
talvez lá estivesse ele.
Mas, o sentido tal como eu queria,
não estava lá.
Para encontrá-lo, era preciso mais,
mais que um olhar devassador sobre os astros do céu,
mais que um mergulho no coração da matéria.
Era outro o caminho, era preciso
chegar ao íntimo da humanidade..
E mergulhei na psique de homens e mulheres,
chegando ao inconsciente humano,
mundo de angústia, sofrimento e dor.
Faltam-me palavras para descrevê-lo,
de tal modo me tomei de compaixão pela humanidade
em sua longa e penosa caminhada rumo...
a quê? Ao nada?
Que grande segredo guardaria só para si o Criador?
Crescia a minha angústia,
tornava-se premente encontrá-lo,
ainda que ignotos fossem os caminhos.
Servi-me então da lucidez de Nietzsche,
do super-homem me apropriei.
E vi a meus pés, a humanidade,
frágil, subjugada, acima de tudo cega
ao que tão claramente me parecia ver agora.
Enfim, o poderia encontrar como o queria,
Mas, um filósofo grego surgiu em meu caminho,
cobrindo-o de sombras.
E de repente me vi numa caverna escura,
enquanto lá fora o sol tudo dourava.
Era lá que estava ele, fora da caverna,
mas o brilho do sol me ofuscava o olhar.
Podia vê-lo, porém multifacetado.
Como possuí-lo como eu o desejava?
Mergulhara na mais profunda tristeza,
quando um jovem poeta, compassivo,
sentou-se a meu lado e falou-me brandamente,
- Inútil a tua procura, a vida não tem sentido.
O tempo passou, fui interpretando melhor
aquela imagem multifacetada, exposta ao sol dourado:
a vida pode não ter sentido, como queria o poeta:
entre as dores do caminho, perdem-no os desiludidos.
Ou ter sentido, sim, múltiplos sentidos,
construídos pelo próprio homem.
Pseudônimo: Platônica.
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