"Só com a leitura um povo pode se tornar forte em sua cultura." (Rodrigo Poeta)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

1°lugar no V° Concurso POESIARTE

*Caricatura do vencedor feita
por Zel Humor.


- 1°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Amaro Pereira.
- Natural de Campos dos Goytacazes/RJ.

- Cidade em que representa: Rio Preto/MG.
- Pseudônimo: Telegrafista da alma.
-Poema: Antiga Fotografia.
-Atividades: Aposentado e poeta..





- 1°lugar com poema:




*Arte de Fátima Queiroz.



Antiga Fotografia

No chão da imensidão,
O acorde do coração
Está a pulsar de emoção
Com uma antiga fotografia na mão.

São lembranças poéticas
Desenhadas pelas lentes
De uma velha câmera das estrelas
Aos sabores da imaginação do sorriso das lentes.

Urge uma palavra em nota cruzada
No feixe em mar de versos.
Parece ser mística a poesia
Ao papel do chapéu dos sonhos.

O chapéu está no chão,
Levado pelo vento de Casimiro de Abreu
Entre a brisa fria da criação,
Feita por Fernando Pessoa em um só Eu.

Antiga é a poesia
Numa folha envelhecida.
Na palma da mão da vida,
O verso feito em sintonia...

Em sintonia com o pensar
De Drummond num encontro
Casual com Quintana a filosofar
A temeridade do momento.

Pseudônimo: Telegrafista da alma.

2°lugar no V° Concurso POESIARTE

*Angela Chagas e Rodrigo Poeta.

- 2°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Angela Chagas .
- Natural do Rio de Janeiro/RJ.

- Cidade em que representa: Niterói/RJ.
- Pseudônimo: Esperança.
-Poema: Pinto o teu silêncio na sombra da lua.
-Atividades: Poetisa.
-E-mail: poetangelachagas@hotmail.com




- 2°lugar com poema:






PINTO O TEU SILÊNCIO NA SOMBRA DA LUA

As sombras são os meus sonhos borbulhantes.
Na palma da minha mão,
escorre uma neblina tristonha.
Talvez eu seja à sombra da lua, ou só um mutante.

Uma sombra que projeta,
sob os raios do teu sol, envolvente...
A procura dos teus braços aconchegante
estou, para medir o nosso amor, uma ampulheta.

Você é a luz que me aquece,
eu sou apenas a sombra que desnuda, escurece.
No teu brilho, eu pinto o silêncio, e
deixo nuances de mistérios a desvendar...

Minha boca está travada.
Alma aflita, truncada.
Agora não existe nenhuma palavra,
só o meu pensamento tenso a borbulhar...

No meu mais profundo sombreamento
Não me desespero, só espero.
Creio na esperança, não lamento.
Desejo colorir com as cores da alegria,

os nossos dias de silêncio.
Criar uma bruma de poesias.
Realçar o teu brilho no meu sombrio, enfim,
consentir o sol no nebuloso adentrar!

Pseudônimo: Esperança.



3°lugar no V° Concurso POESIARTE




- 3°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Ana Cristina Mendes Gomes (Cris Dakinis).
- Natural de São Pedro da Aldeia/RJ.

- Cidade em que representa: São Pedro da Aldeia/RJ.
- Pseudônimo: A DE AMOR.
-Poema: Confeitaria.
-Atividades: Escritora e professora.
-E-mail: crisdakinis@gmail.com



- 3°lugar com poema:




*Arte de Fátima Queiroz.



CONFEITARIA


Quando um poeta escreve no papel
versos de amor que adoçam a poesia
convida amantes a uma fantasia
pra ler delícias que nem pão-de-mel !

Decerto a musa ganha flor e anel ...
Se é nobre o amor, a joia é de valia,
se o afeto é pouco, acaba a euforia:
e o falso açúcar tem sabor de fel ...

Neste recheio há dores; há espinhos ...
Abraça o amor com beijos e carinhos
de bombons caros e maçã-do-amor ...

E este lirismo, versos de confeito,
é percebido num mais-que-perfeito
amor colhido por um beija-flor !

Pseudônimo: A DE AMOR


4°lugar no V° Concurso POESIARTE



- 4°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Roque Aloisio Weschenfelder.
- Natural de Santo Cristo/RS.

- Cidade em que representa: Santa Rosa/RS.
- Pseudônimo: Solavancos.
-Poema: Principescos.
-Atividades: Professor e poeta.
-E-mail: roquealoisio@yahoo.com.br




- 4°lugar com poema:





PRINCIPESCOS


                               Um sonho balança a noite em êxtase
                               A lua passeia por entre as estrelas
                                               Musa em deleite
                                               Do sonho enfeite

                               Um remo move a tarde embalada
                               O boto passeia por entre as marolas
                                               Vigia potente
                                               Do remo dolente

                               Um discurso perpassa a plateia escassa
                               O tribuno desfaz-se dos impropérios
                                               Adjetivos ornatos
                                               Dos verbos baratos

                               Um frescor alavanca os ventos do sul
                               O outono anuncia temporais macabros
                                               Avanço gelado
                                               Do inverno o afago

                               Um verso se adorna com metáforas
                               O poeta esperneia entre as estrofes
                                               Sonhos escritos
                                               Nos céus benditos

                               Uma lágrima molha a face da tarde
                               A chuva goteja e burila no telhado
                                               Água vertente
                                               Prenúncio de enchente

                               E um cidadão olha para o mundo
                               O pensar sem asas não pode voar
                                               Impostos pesados
                                               Pra sempre roubados

                               Não pode um frágil poema alcançar
                               A consciência do mundo “nem aí”
                                               Paz que engana
                                               Mentes insanas

                                                               Pseudônimo: Solavancos.

5°lugar no V° Concurso POESIARTE



- 5°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Mercêdes Batista Pordeus Barroqueiro.
- Natural de Olinda/PE.

- Cidade em que representa: Recife/PE.
- Pseudônimo: Flor de Lis .
-Poema: Encontro Poético.
-Atividades: Funcionária pública e poetisa.
-E-mail: mercedes.pordeus@gmail.com



- 5°lugar com poema:








ENCONTRO POÉTICO

Recebi uma visita de duas personagens bem interessantes
Uma dizia se chamar Poesia e se aproximou toda faceira,
Enquanto a outra, mais introspectiva me dizia: sou a Arte.
Permaneceram diante de mim tentando se autodefinirem.

A Poesia saltitante dizia ser uma grande de sentimentos
Que ao ser humano poderia ser concedido experimentar
E dizia ainda estar implícita nos poemas que a expressavam
E que por isso mesmo, imaterial... Só os sentimentos!

A Arte? Ah! Ela chegou tão calma, parecia compenetrada.
Trazendo consigo a criação, a estética e todas as vivências,
Materializadas no seu contexto, porém fez uma observação:
Também sou sentimentos, sou cor, alegria, sou a renovação.

Ficaram as duas ali, algum tempo pensando na fusão,
Como que querendo se completar e dar as mãos
E nesse ínterim, descreviam entre si suas características,
Não como concorrentes, com o dom da POESIA e ARTE.

Passaram a discorrer nas situações em que sempre ligadas
Puderam se encontrar escondidas na obra prima da criação
Ao observarem a natureza e o canto dos pássaros
Ali estavam nas pinceladas do Criador e beleza da criatura

Adiante encontraram duas crianças que brincavam tranquilas,
Uma modelava no barro uma imagem com estética própria
A outra, de repente transparece de forma poética explícita,
Com seus sentimentos o que percebia na forma que se erigia

Continuaram a caminhada e encontraram pensativo um pintor
Com seu pincel, tinta e tela expressava aquilo que lhe era nato.
Simultaneamente alguém descrevia com minúcias de detalhes
A obra de arte que tomava forma e se desnudava aos seus olhos.

Da forma que o papel recebia palavra por palavra numa intensa emoção
A Arte se esvaziava de seus preceitos e se demonstrava no seu intimo
Na sua capacidade de criar e expressar as suas heranças e sensações
Então perceberam que estavam uma ligada à outra: a POESIARTE.

Pseudônimo: Flor de Lis.

6°lugar no V° Concurso POESIARTE


- 6°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Antonio Messias da Rocha Filho.
- Natural de Ritápolis/MG.
- Cidade em que representa: Juiz de Fora/MG.
- Pseudônimo: Arlequim.
-Poema: Danças.
-Atividades: Publicitário, poeta, jornalista e funcionário público.
-E-mail: antomess@ibest.com.br



- 6°lugar com poema:


*Tela da artista plástica e poetisa portuguesa
Luiza Caetano.



Danças


Que me importam a valsa,
O mambo, o tango,
A rumba, o chá-chá-chá?
Não gosto de “rock” ou de polca.
Eu sou do samba
E tenho consciência plena
De que meu país é um carnaval.
Danço conforme a dança.
Curvo-me aos reis e princesas,
Que desfilam com fome,
Sem nome ou história,
Mas que deixam a glória
Na cadência dos passos.
Curvo-me às mãos confiantes e vazias
Que acenam ao poder,
Cego demais para ver,
Além das fantasias.
Curvo-me à pompa da miséria,
Aos sorrisos ingênuos, agonias,
À fome que não se desespera.
Adiada, apenas, por três dias.
Curvo-me sim!
Mas nunca me envergonho...
Eu sei que, um dia,
A fantasia não será um sonho.
Danço conforme a dança.
É por isto, afinal,
Que me curvo à esperança.

Pseudônimo: Arlequim.



quarta-feira, 27 de julho de 2011

7°lugar no V° Concurso POESIARTE




- 7°lugar no V° Concurso POESIARTE.
- Nome: Maria Apparecida S. Coquemala.
- Natural de Itararé/SP.
- Cidade em que representa: Itararé/SP.
- Pseudônimo: Platônica.
-Poema: A busca do sentido.
-Atividades: Professora e poetisa.
-E-mail: maria-13@uol.com.br




- 7°lugar com poema:





A busca do Sentido
                                                                   
E saí a procurar o sentido da vida-
fonte primordial da inquietude humana-
 nas mais longínquas plagas do Universo.

            Ansiava pela verdade inteira, imutável,
            não aquela verdade de ontem
            logo desmentida no alvorecer do amanhã.
E o procurei nos campos, nas cidades,
observando homens, mulheres e crianças,
busquei-o nos templos, livros sagrados, rituais,
na Ciência, na Filosofia, nas Artes...
                        Sem encontrá-lo.
            O tempo foi passando, quase perdida a esperança,
            fui além do humano, dos olhos do Hubble me apossei.
            E entre nebulosas e galáxias distantes,
            mergulhando nas entranhas do mundo sideral,
            cheguei à explosão do Big Bang,
            que  me abriria o caminho ao sentido inicial.
                        Não o encontrei
Era preciso então buscá-lo no universo quântico,
entre as mínimas partículas subatômicas:
talvez lá estivesse ele.
Mas, o sentido tal como eu queria,
                         não estava lá.
            Para  encontrá-lo, era preciso mais,
            mais que um olhar devassador sobre os astros do céu,
            mais que um mergulho no coração da matéria.
            Era outro o caminho, era preciso
            chegar ao íntimo da humanidade..   
E mergulhei na psique de homens e mulheres,
chegando ao inconsciente humano,
mundo de angústia, sofrimento e dor.
Faltam-me palavras para descrevê-lo,
de tal modo  me tomei de compaixão pela humanidade
em sua longa e penosa  caminhada rumo...
a quê? Ao nada?
Que grande segredo guardaria só para si o Criador?
            Crescia a minha angústia,
            tornava-se premente encontrá-lo,
            ainda que ignotos fossem os caminhos.
Servi-me então da lucidez de Nietzsche,
do super-homem me apropriei.
E vi a meus pés, a humanidade,
frágil, subjugada, acima de tudo cega
ao que tão claramente me parecia ver agora.
Enfim, o poderia encontrar como o queria,
Mas, um filósofo grego surgiu em meu caminho,
cobrindo-o de sombras.
            E de repente me vi numa caverna escura,
            enquanto lá fora o sol tudo dourava.
            Era lá que estava ele, fora da caverna,
            mas o brilho do sol me ofuscava o olhar.
            Podia vê-lo, porém multifacetado.
            Como possuí-lo como eu o desejava?
Mergulhara na mais profunda tristeza,
quando um jovem poeta, compassivo,
sentou-se a meu lado e falou-me brandamente,
- Inútil a tua procura, a vida não tem sentido.

            O tempo passou, fui interpretando melhor
            aquela imagem multifacetada,  exposta ao sol dourado:
            a vida pode não ter sentido, como queria o poeta:
            entre as dores do caminho, perdem-no os desiludidos.
            Ou ter sentido, sim, múltiplos sentidos,
            construídos pelo próprio homem.

Pseudônimo: Platônica.